Secretária promete “construir um Estado mais resiliente” com novos investimentos em inovação, ciência e tecnologia | GZH
Com novos investimentos para fortalecer a pesquisa científica, alavancar os avanços tecnológicos e fomentar a inovação, o Rio Grande do Sul deve se tornar um Estado mais resiliente nos próximos anos. É o que promete a titular da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), Simone Stülp, a respeito dos novos recursos anunciados nesta quinta-feira (5). Conforme o governador Eduardo Leite anunciou, será realizado aporte de R$ 360 milhões em 2025.
O montante é cinco vezes o orçamento médio anual da última década destinado à área. Em entrevista para Zero Hora, a secretária revelou que as verbas previstas devem contemplar, por exemplo, os parques tecnológicos gaúchos, centros de pesquisa científica e inovação, bem como a formação e capacitação de profissionais em diversas áreas do conhecimento.
Confira a entrevista
O governo estadual ressaltou que este é um investimento recorde. Qual a origem destas verbas e o objetivo da iniciativa?
Temos dois aspectos importantes. Um deles é a necessidade e desejo de investirmos mais recursos nessas áreas que, historicamente, receberam volume menor de recursos. De 2021 a 2024 foram investidos R$ 400 milhões nestes temas. Então, existe todo esse esforço para aumentar o investimento nessa área. E com tudo que aconteceu neste ano, torna-se ainda mais necessário investir nesse setor para construir um Estado mais resiliente.
A maior parte dos valores é proveniente do tesouro do Estado. Foram construídas possibilidades de suplementação dos orçamentos da Sict e da Fapergs (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul). E outra parte dos recursos é proveniente do Funrigs (Fundo do Plano Rio Grande). Por contemplar temas vinculados às mudanças climáticas e à reconstrução do Estado, conseguimos arrecadar recursos junto à Funrigs, especialmente no segundo semestre deste ano.
Como serão operacionalizados os aportes e quando estes valores serão aplicados?
A aplicação dos recursos será realizada em 2025. A suplementação orçamentária foi aprovada, mas temos que aguardar a virada do ano para que possamos fazer a concretização dessa suplementação. Toda a operacionalização destes investimentos se dá por meio de editais. Serão lançados os primeiros editais em janeiro e fevereiro, e ao longo do ano haverá chamadas públicas para que empresas e universidades possam participar. Estamos trabalhando nisso, mas queremos lançar com brevidade um edital vinculado aos Ambientes de Inovação. Já lançamos o segundo edital do programa Professor do Amanhã, que utilizará estes recursos.
Parte das verbas vão para a Sict, e outra parte para a Fapergs, certo? Para onde serão destinados os recursos da Fapergs, na prática?
Destes R$ 360 milhões, R$ 210 milhões serão aplicados juntos à Fapergs, que completa 60 anos neste ano. Dentro disso, os primeiros R$ 60 milhões são voltados para programas e projetos de pesquisa e desenvolvimento que chamamos de pesquisa de amplo espectro, que vão contribuir com o desenvolvimento de pesquisas nas diversas áreas do conhecimento, como saúde, ciências exatas e humanas, para que possamos impulsionar a produção do conhecimento no Estado, principalmente junto às universidades, institutos de ciência e tecnologia e os institutos federais.
Outros R$ 90 milhões serão dedicados ao que chamamos de conexão do desenvolvimento e da pesquisa, conectando esses investimentos ao plano de desenvolvimento econômico recentemente divulgado. Lá constam as áreas prioritárias e setores estratégicos para que possamos impulsionar o desenvolvimento do Estado de forma inclusiva e sustentável.
Esses programas dizem respeito às interações entre universidades e empresas, bem como startups. Também contribui com a criação de novas oportunidades, geração e impulsionamento de negócios e fortalecimento da formação de talentos.
E as verbas destinadas à Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict)?
Os R$ 150 milhões da Sict nós trabalharemos em programas mais vinculados ao ecossistema de inovação gaúcho. Desde recursos focados para impulsionar e consolidar os 19 parques científicos e tecnológicos do RS, além de incubadoras e hubs de inovação, para que possamos fortalecer esse ecossistema.
Além disso, temos dois outros programas, que trabalham na formação de talentos de pessoas em nível de educação superior. Um deles é o programa Professor do Amanhã, que já está em execução. O outro é novidade, é o RS Talentos, que é muito semelhante ao Professor do Amanhã, mas estamos falando de formação de engenheiros para haver conexão com as empresas e indústrias gaúchas. Serão formados engenheiros em diversas áreas, para que possamos impulsionar o setor produtivo.
Como isso vai contribuir com a educação gaúcha?
Temos dois programas conectados com a formação de alunos em nível universitário, o Professor do Amanhã, nas Licenciaturas, e o RS Talentos, focado nas engenharias e Tecnologia da Informação (TI). Estes dois programas de inovação se conectam com a formação de alunos em universidade comunitárias, onde se busca formar tanto professores quanto engenheiros conectados com as dinâmicas da inovação.
Também temos o Educar para Inovar, programa da Sict que leva temas de inovação, criatividade e empreendedorismo para dentro de escolas de Ensino Fundamental e Médio do RS. Por meio dele, capacitamos professores que já estão no ambiente escolar e, por consequência, formar crianças e jovens para trabalhar temas fundamentais desde o início da jornada escolar.
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