PIX será ‘tão seguro quanto’ outros sistemas de pagamento, diz diretor do BC
Antes mesmo do funcionamento do sistema, golpistas usaram o cadastro da Chave PIX para roubo de dados. Instituições financeiras poderão reter transferências por até uma hora em caso de suspeita de irregularidade.
O economista João Manoel Pinho de Mello, diretor do Banco Central, afirmou que o PIX, novo sistema de pagamentos brasileiro, é “um meio de pagamento tão seguro quanto outros meios que já existem” e que os procedimentos de segurança foram feitos do zero, da forma mais moderna que se conhece.
“O PIX foi criado em coparticipação com os bancos e suas áreas a de segurança. Os procedimentos são o que há de melhor no mercado”, diz.
Na semana passada, iniciaram-se relatos de tentativa de golpes usando o PIX. No primeiro deles, como mostrou o blog do Altieres Rohr, criminosos estão enviando e-mails fraudulentos tentando se passar por avisos de pré-cadastro do sistema de pagamentos PIX.
O cadastro da Chave PIX, sistema de identificação da plataforma, também foi usado por criminosos para induzir clique em um link que leva a um site falso e rouba dados da vítima.
Há preocupação também em relação à rapidez das operações. O PIX efetiva pagamentos em até 10 segundos, o que poderia ajudar prática que induzem ao erro parte dos usuários. O diretor do BC discorda.
“A questão de instantaneidade não adiciona insegurança. No cartão de débito, o dinheiro sai da conta na hora, isso não adiciona perigos ou insegurança de fraude que já existem hoje”, afirmou o diretor do BC.
O chefe-adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central, Carlos Eduardo Brandt informou que instituições financeiras poderão reter transferências e pagamentos feitos por meio do PIX por até uma hora em caso de suspeita de fraude.
Competição
Pinho de Mello esclarece também que o PIX não tem a intenção transformar o BC em uma instituição de serviços bancários, mas quer viabilizar um instrumento de competição para bancos e financeiras que usem o produto.
“O Banco Central não vai prestar nenhum serviço para usuários finais, os pagadores e destinatários. Vai disponibilizar uma infraestrutura super barata e eficiente para que empresas usem e compitam entre si para entregar bons serviços para seus usuários”, diz Pinho de Mello.
Segundo ele, o papel do BC é permitir a transferência de dinheiro a qualquer momento e dar celeridade à informação da transação bancária. Isso significa que a interface e as validações de segurança serão feita inteiramente pelo banco ou instituição de pagamentos.
Foto: Divulgação
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