Funcesp prevê que não atingirá meta atuarial em 2015
A Funcesp não vai atingir sua meta atuarial em 2015, refletindo o mau momento do mercado brasileiro, incluindo forte desvalorização da moeda brasileira e aumento do custo de capital das empresas, disse o diretor de Investimentos do quarto maior fundo de pensão do Brasil, Jorge Simino.
O fundo tem como meta para este ano um retorno de 5,45 pontos percentuais acima da variação anual do IGP-DI. Simino não especificou quanto espera de rentabilidade para o ano. O IGP-DI acumulado em 2015 até agosto é de 5,53 por cento. Em 12 meses até o mês passado, o índice teve alta de 7,80 por cento.
A meta atuarial é a rentabilidade mínima esperada por um fundo para manter o equilíbrio entre contribuições e pagamento de benefícios no longo prazo.
O fundo tem evitado assumir riscos diante da economia em recessão e do ceticismo do mercado sobre a capacidade do governo federal para reequilibrar o déficit orçamentário e em conta corrente.
“Não há ainda nenhum sinal de melhora do quadro político e econômico”, disse Simino em entrevista à Reuters na quinta-feira.
“O problema maior pode não ser se já chegamos ao fundo do poço, mas quanto tempo vamos ficar lá”, acrescentou.
A alta de mais de 40 por cento do dólar frente ao real no ano impulsionou o IGP-DI, dificultando o cumprimento das metas atuariais da Funcesp. Os esforços para aumentar os investimentos de capital em dólares não compensaram o fraco desempenho de outros ativos.
Para 2016, a Funcesp, que administra 23 bilhões de reais em ativos para empregados da geradora de energia paulista Cesp e de mais nove empresas, tende a elevar o volume de recursos em caixa e outros investimentos de curto prazo, ante os atuais 16 por cento.
Fonte: Reuters
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