Peugeot anuncia plano para estancar queima de caixa e voltar a lucrar
A montadora francesa PSA Peugeot Citroën anunciou hoje um plano de reestruturação operacional para simplificar seu processo de fabricação, focar em modelos mais rentáveis e tentar capturar as perspectivas de crescimento dos países emergentes. O grupo chamou o projeto de “De volta à corrida”.
O objetivo final das medidas que serão implementadas pela companhia é encerrar a queima de caixa observada nos últimos anos e atingir fluxo de caixa livre positivo em 2016, no máximo. Até 2018, a expectativa é que haja geração de 2 bilhões de euros em caixa.
O grupo francês quer reduzir gradualmente o número de modelos que fabrica até 2020, para 26. As escolhas levarão em conta segmentos de maiores margens e com demanda mais aquecida. Nesse processo, a montadora espera desenvolver mais a marca DS como a área “premium” de seus ativos.
Essa simplificação dos automóveis produzidos pode, segundo a empresa, aumentar a eficiência na utilização das plataformas e programas de fabricação em suas linhas de montagem ao redor do mundo. Para a Peugeot Citroën, as ações tomadas vão permitir que as despesas com pesquisa e desenvolvimento e investimentos em geral sejam melhor alocados.
“Com esse plano anunciado hoje, estou comprometido em acelerar a recuperação do grupo ao canalizar todo o potencial criativo de nossas equipes para voltarmos rapidamente ao caminho da lucratividade”, comentou Carlos Tavares, presidente do conselho de administração da francesa, em comunicado.
Além de escolher os modelos mais rentáveis, a companhia vai também aumentar sua exposição ao mercado de rápido crescimento, principalmente na África e no Mediterrâneo. Na Rússia e na América Latina, o modelo de gestão será modificado para os países trazerem lucro à montadora em no máximo três anos.
Enquanto isso, na Europa ? seu mercado de origem, que sofre com demanda contida e menor utilização de capacidade ?, a ideia é aumentar a competitividade com a modernização de suas instalações. Na China, a Peugeot Citroën pretende triplicar o volume de vendas registrado por seu empreendimento conjunto com a Dongfeng.
A estimativa do grupo francês é que até 2018 a margem operacional da área automotiva chegue a 2%. Deste ano até 2023, o indicador de rentabilidade pode atingir até 5%, acrescentou a empresa. Em 2013, a fabricante de veículos teve prejuízo operacional de 1,35 bilhão de euros. No ano anterior, a perda foi de 4,68 bilhões de euros.
Apesar das medidas divulgadas para melhorar a saúde financeira, as ações da montadora desabavam hoje na bolsa de Paris. Há pouco, os papéis recuavam 4,49% e eram cotados a 13,07 euros, mas chegaram a cair 4,9% na mínima do dia, de 13,02 euros.
Fonte: UOL
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