Itapemirim e Grupo Águia Branca negociam associação
Em nome do futuro, as famílias Chieppe e Cola – leia-se, respectivamente, o Grupo Águia Branca e a Itapemirim – parecem dispostas a ignorar as hostilidades do passado e seguir numa só direção. Por uma só direção, entenda-se a associação de dois dos maiores conglomerados de companhias de ônibus do país, que transportam por ano cerca de 15 milhões de pessoas. De acordo com o Relatório Reservado, as conversas são conduzidas diretamente pelos empresários Camilo Cola, fundador da Itapemirim, e Nilton Carlos Chieppe, presidente e um dos principais acionistas da Águia Branca. A associação daria origem a uma empresa responsável pela venda de aproximadamente 12% de todas as passagens interestaduais comercializadas no país e com uma receita anual perto de R$ 3 bilhões – o valor contabiliza apenas a unidade de transporte rodoviário da Águia Branca, que corresponde a 20% do faturamento do grupo (R$ 4 bilhões em 2013).
Protagonistas de uma rivalidade histórica, as famílias Chieppe e Cola são unidas – e, ao mesmo tempo, separadas – por incríveis coincidências. Ambas saíram da Itália, instalaram-se no Espírito Santo, mais precisamente nas cidades de Colatina e Cachoeiro, e enveredaram pelo mesmo ramo de negócio quase que simultaneamente – no fim dos anos 40. Ao longo de sete décadas, não foram poucas as vezes em que se engalfinharam nas estradas brasileiras, seja disputando as mesmas concessões, seja duelando pela aquisição de ativos. Os caprichos do destino e o cruzamento de interesses corporativos e familiares estão aproximando os dois clãs. Os Chieppe vislumbram na parceria um movimento estratégico capaz de revigorar sua operação de transporte de passageiros, que, ano a ano, tem participação cada vez menor no faturamento do Grupo Águia Branca.
Fonte: Economia em conta gotas
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